Luzia Sanches, jazedes (1) em gram falha (2)
Comigo, que nom fodo mais nemigalha (3)
D'ua vez; e, pois fodo, se Deus mi valha,
Fiqu' end' afrontado bem afrontado bem por tercer dia.
Por Deus, Luzia Sanches, Dona Luzia,
Se eu foder-vos podesse, foder-vos-ia
Vejo-vos jazer migo muit' agravada,
Luzia Sanches, por que nom fodo nada.
Mais, se eu vos per i ouvesse pagada (4),
Pois eu foder nom posso, peer-vos-ia (5).
Por Deus, Luzia Sanches, Dona Luzia,
Se eu foder-vos podesse, foder-vos-ia.
Deu-mi o Demo esta pissuça cativa (6),
Que já nom pode sol cuspir a saíva (7)
E, de pram, semelha mais morta ca viva,
E, se lh' ardess' a casa, nom s'ergeria (8).
Por Deus, Luzia Sanches, Dona Luzia,
Se eu foder-vos podesse, foder-vos-ia.
Deitaram-vos comigo os meus pecados.
Cuidades de mi preitos tam desguisados (9),
Cuidades dos colhões, que tragu' inchados,
Ca o som com foder e com maloutia (10).
Por Deus, Luzia Sanches, Dona Luzia,
Se eu foder-vos podesse, foder-vos-ia.
Joan Soares Coelho, foi um poeta que viveu em Portugal na segunda metade do séc. XIII e terá falecido por volta de 1279-80.
Em Poemas Portugueses - Antologia da Poesia Portuguesa do Séc. XIII ao Séc. XXI, Selecção, organização, introdução e notas de Jorge Réis-Sá e Rui Lage, Porto: Porto Editora, 1ª edição, 2009, pág. 41.
Vocabulário: (1) estais, estais deitada. (2) agravada. (3) já não fodo mesmo nada. (4) se pudesse desse modo agradar-vos. (5) peidar-vos-ia. (6) infeliz. (7) nem sequer pode cuspir a saliva (ejacular). (8) ergueria. (9) coisas tão inconvinientes. (10) doença
Comigo, que nom fodo mais nemigalha (3)
D'ua vez; e, pois fodo, se Deus mi valha,
Fiqu' end' afrontado bem afrontado bem por tercer dia.
Por Deus, Luzia Sanches, Dona Luzia,
Se eu foder-vos podesse, foder-vos-ia
Vejo-vos jazer migo muit' agravada,
Luzia Sanches, por que nom fodo nada.
Mais, se eu vos per i ouvesse pagada (4),
Pois eu foder nom posso, peer-vos-ia (5).
Por Deus, Luzia Sanches, Dona Luzia,
Se eu foder-vos podesse, foder-vos-ia.
Deu-mi o Demo esta pissuça cativa (6),
Que já nom pode sol cuspir a saíva (7)
E, de pram, semelha mais morta ca viva,
E, se lh' ardess' a casa, nom s'ergeria (8).
Por Deus, Luzia Sanches, Dona Luzia,
Se eu foder-vos podesse, foder-vos-ia.
Deitaram-vos comigo os meus pecados.
Cuidades de mi preitos tam desguisados (9),
Cuidades dos colhões, que tragu' inchados,
Ca o som com foder e com maloutia (10).
Por Deus, Luzia Sanches, Dona Luzia,
Se eu foder-vos podesse, foder-vos-ia.
Joan Soares Coelho, foi um poeta que viveu em Portugal na segunda metade do séc. XIII e terá falecido por volta de 1279-80.
Em Poemas Portugueses - Antologia da Poesia Portuguesa do Séc. XIII ao Séc. XXI, Selecção, organização, introdução e notas de Jorge Réis-Sá e Rui Lage, Porto: Porto Editora, 1ª edição, 2009, pág. 41.
Vocabulário: (1) estais, estais deitada. (2) agravada. (3) já não fodo mesmo nada. (4) se pudesse desse modo agradar-vos. (5) peidar-vos-ia. (6) infeliz. (7) nem sequer pode cuspir a saliva (ejacular). (8) ergueria. (9) coisas tão inconvinientes. (10) doença
Nenhum comentário:
Postar um comentário